quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CATIMBÓ

O Mito, o preconceito e o erro na definição
Entre muitos que freqüentam terreiros de Umbanda e Candomblé, Catimbó é sinônimo da prática ou seja da
macumba em sí. Para outros, de Umbanda, trabalhar no Catimbó está associado ao uso de forças e energias
de esquerda ou negativa. Esta é uma visão equivocada. Qualquer prática mágica pode ser usada com
qualquer finalidade, mas, o objetivo do Catimbó é a evolução dos seus Mestres através do bem e da cura. Se
o mal é feito, isto pode ocorrer pelo erro do medium ou pela necessidade de justiça a quem pede.
Catimbó é de base religiosa catolica e não afro-brasileiro
O Catimbó é uma prática ritualista mágica com base na religião católica de onde busca os seus santos, óleos,
agua benta e outros objetos litúrgicos. É também uma prática espirita que trabalha com a incorporação de
espíritos de ex-vivos (eguns ou egunguns) chamados Mestres e é através deles que se trabalha
principalmente para cura, mas também para a solução de alguns problemas materiais (como a Umbanda) e
amorosos, mas, é importante destacar que a prática da cura é a principal finalidade.

Não se encontra no Catimbó, nas suas práticas e liturgias os elementos das nações africanas de forma que
classificar o Catimbós como uma seita afro-brasileira é um erro. Mestres não se subordinam a Orixá e fora o
aspecto de que certamente ele é, também, praticado por Negros não existe outra relação direta com a
religião africana.

Para aqueles que consideram o Catimbó afro-brasileiro eu apenas pergunto: Onde estão os elementos
Afro-brasileiro?

De fato a mitologia e teogonia do Candomblé é rica e complexa, a do Catimbó é pobre e incipiente, seja
porque a antiga mitologia indígena perdeu-se na desintegração das tribos primitivas, na passagem da cultura
local para a cultura dos brancos, que estavam dispostos a aceitar os ritos, porém não os dogmas pagãos, na
sua fidelidade ao catolicismo – seja porque o Catimbó foi, mais, concebido como magia do que como religião
propriamente dita, devido sobretudo aos elementos perigosos e temíveis e às perseguições primeiro da igreja e
depois da polícia.

Além dos dogmas da religião católica o Catimbó incorpora componentes europeus como o uso do caldeirão e
rituais de magia muito próximos das praticas Wiccas. Tanto dos europeus como dos brasileiros o uso de ervas
e raízes é básico e fundamental nos rituais. Cada Mestre se especializa em determinada erva ou raiz.

Não existe Catimbó sem santo católico, sem terço, sem agua benta, sem reza, sem fumaça de cachimbo e
sem bebida, que pode nem sempre ser a Jurema (como eu disse Catimbó não é o Santo Daime).

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