As virtudes no Tarot
Justiça, do Classical Tarot
As virtudes. Elas são apontadas por Platão, como uma parte da vida humana que são os traços desejáveis para uma boa vida e um bom convívio com as pessoas. São a base para o que é Bom, Belo e Verdadeiro. E através das virtudes, o homem passam a ter uma vida sólida e próximas da Ética e da Estética.
As virtudes são amplamente descritas por diversos filósofos, em diferentes tempos e sociedades, e sempre se caracterizam pela força que dão à existência da humanidade.
De Platão aos filósofos cristãos, elas se descrevem e podem ter nomes que vão de Diligência à Vigilância.
No tarot, como um sistema imagético padronizado, mais ou menos entre os séc. XV e XVI, as virtudes se encontram representadas. A Força, A Justiça e a Temperança, conhecidas como as Virtudes Cardinais, estão inclusive próximas nos decks. E seus significados continuam presentes e mostrando sua importância no caminho do conhecimento pessoal.
Existe, porém, uma quarta virtude que não existe nominalmente no tarot. A Prudência.
Há quem diga que ela reside no Enforcado e que a suspensão dele nos aponta a paciência e a análise cerebral que a prudência pede. Porém, ao meu ver, essa não é uma discussão terminada.
Nesses anos, eu tenho percebido que virtude chama virtude. Quando uma delas aparece num jogo, numa leitura ou numa meditação, acabam por chamar as outras. Tenho a impressão que, quando passamos a viver com a regência da Justiça, por exemplo, ela chama nossa atenção para as outras e assim segue, para que possamos nos estruturar como pessoas. Que tenhamos vontade de viver (Força), que tenhamos a consciência de quem e como somos (Temperança) e assim possamos conhecer nosso lugar e nosso dever (Justiça).
E a Prudência? Bom, prudência, dinheiro no bolso e canja de galinha não faz mal a ninguém! Quero dizer, façamos o que façamos, que seja sempre bem pensado, cogitado, pesado e medido… Será que se fizermos isso olhando pela perspectiva do Enforcado, não estamos fazendo isso de um jeito paciente e tranquilo como não costumaríamos?
Virtudes para pensar.
Virtudes para viver. Para bem viver!