sexta-feira, 13 de abril de 2012

Mensagem de Pai Antonio de Aruanda



Lá nos planos sutis, aonde vocês muitas vezes vão quando dormem, mas ao acordarem não se lembram, existe uma grande família espiritual a lhes esperar, velar e torcer por vocês. Quebrem a barreira vibracional com sentimentos e pensamentos elevados, levando seus corações até eles. Mate a saudade espiritual que existe dentro do seu peito. Deixe a intuição fluir. Os guias espirituais não são mestres intocáveis que vocês devem reverenciar, mas sim, são amigos de jornadas. Conheça-os, converse com eles, trabalhem juntos, mas sorriam e brinquem juntos também. Eles estão te esperando. Mediunidade é coisa importante e séria, mas não diviniza nem inferioriza ninguém. Vocês sabem disso.
Tem gente que pensa que ser grande médium é praticar fenômenos para “incrédulo vê”. Outros pensam que é se vestir todo com uma fantasia, “virar os olhos” e “rebolar” bastante. Não! Mediunidade é você trabalhar em conjunto com os amigos
do lado de cá para o bem de todos, apenas isso. Vocês complicam muito as coisas. Na verdade tudo é muito simples. Pense na manifestação das criancinhas durante um processo mediúnico. Existe algo mais simples e belo do que isso?
Parem de julgar a manifestação mediúnica ou a experiência do outro. Você pode até não concordar, mas caso para ele faça sentido, deixe. É dele! Isso lembra muito a postura daquele que não consegue fazer melhor e por isso mesmo vive a criticar e
apontar o defeito dos outros. As experiências espirituais muitas vezes são de foro íntimo, cada um busca a sua. E cada um fique feliz com a sua!
Aprendam também que a dedicação e o estudo ajudam muito. Mas o que realmente conta é o seu dia-a-dia, como pessoa comum, passando pelo crivo do grande mestre que é a vida. Não adianta nada estudar muito e praticar pouco. Fazer caridade é muito bom! Mas esclarecer as pessoas é melhor ainda. Tem gente que acha que doando uma cesta básica de Natal ao desencarnar será “salvo”. Outros ainda se acham muito especiais e caridosos, verdadeiros missionários. Não caiam nessa bobagem. Caso não fossem vocês, seriam outros! Aproveitem a chance que Olorum* deu, pois ao auxiliar os outros vocês ajudam a si próprios. Mas também não apenas dê o peixe, ensine as pessoas a pescarem. “Caridade de consolação” ergue a pessoa, mas depois que ela já está de pé, está na hora de ensiná-la a andar, com a “caridade de esclarecimento”. Pensem nisso!
Caridade: faça sempre que surgir a oportunidade de auxiliar o irmão. Esclarecimento leve a todos os lugares, fazendo a sua aura brilhar e contagiando as pessoas com alegria e vontade de viver.
Trabalho em grupo é coisa séria, não é reunião social. Os guias escutam os seus pensamentos e não estão nada interessados em suas preferências físicas, nem em suas “paqueras” dentro do grupo. Tão pouco são cúmplices das fofocas, guerras de vaidade e ciúme que existem dentro do mesmo. Um trabalho espiritual em grupo é uma benção e oportunidade única de evolução, tanto de encarnados como desencarnados. Aproveitem bem! Existe um montão de mestres esperando por vocês desse lado, mas muitas vezes eles não conseguem lhes amparar, afinal vocês não param de pensar na “vizinha”, ou como a vida é difícil
e injusta…
Os Orixás, os Mestres, os Anjos, os Devas, todos Eles amam a humanidade. Caso queiram fazer um ritual a algum Deles ótimo. Mas lembrem-se sempre: vela acesa tem muito valor, se o coração estiver aceso antes. Caso contrário, não!
A energia de uma erva é poderosa e realmente cura, mas antes suas próprias energias e o respeito com a vida vegetal devem ser grandes, caso contrário, desperdiço de tempo. Qualquer ritual de magia para o bem é lindo e bem quisto pela espiritualidade.
Mas não se perca no meio de muitos rituais e elementos. O grande mestre da magia é o coração, e a grande força motriz é a sua mente. Lembrem-se disso.
Não sejam espiritualistas pela metade. Durante o dia vocês ficam pensando em espiritualidade, mas ao dormir, que é a grande hora onde o espírito se liberta do corpo físico, você não pensa em nada, fica com preguiça e logo sua mente é invadida por um monte de coisas, adormecendo na mais perfeita desordem. No mínimo ore ao deitar-se. Agradeça ao dia, coloque-se à disposição de aprendizado, aproveite as horas de sono. Elas são chaves de aceso ao crescimento espiritual. Meditem nisso.
Eu sou um preto – velho*. Pouco importa minha forma ou meu nome. O que importa é que eu sou luz, como vocês e todos nós, filhos da Grande Luz. O sol de Oxalá* brilha em meu coração, no seu e em toda humanidade. Você ainda tem preconceito em relação a raças? A culturas diferentes? Religião? E julga-se espiritualista? Ora amigo(a), deixe disso! Lembre-se: todos viemos da mesma fôrma. A fôrma de Oxalá. Eu tenho apenas uma palavra para descrever o preconceito: Ignorância!
Ignorância também são as paredes e preconceitos religiosos. Todos os mestres da humanidade pregaram o desprendimento, mas o que os seus seguidores mais fazem é ter o sentimento de posse em relação a Eles. E lá se vão guerras, ofensas e desarmonia entre uma religião e outra. E lá se vão discussões infindáveis entre doutrinas diferentes. Todos os caminhos levam a Deus, mas que você sempre acha que seu caminho é melhor do que dos outros você acha, não é mesmo? Faz um favor a humanidade: Vai
voando nas asas do universalismo ecumênico! E para com essas bobagens…
Do lado de cá nós adoramos música. Ela rejuvenesce a alma, acorda o coração e desperta a intuição. Aproveitem as músicas de qualidade. Elas são ótimas e verdadeiro brilho e alimento para vossos espíritos. Também escute a música que Os Orixás cantam secretamente dentro do coração de cada um. É a música da Criação, ela está em todos, mas só pode ser escutada quando a mente silencia e coração brilha. Pense nisso!
Pense também na natureza. Coloque uma música suave. Direcione-se mentalmente a um desses sítios sagrados, verdadeiros altares vivos do amor de Olorum. Pense na força curativa das matas, na força amorosa e pacificadora das cachoeiras,
da limpeza energética que o mar traz ao espírito. Medite neles. Isso traz sintonia, reciclagem energética e boa disposição. Faça isso por você e fique bem!
Por fim, dediquem-se mais ao autoconhecimento. Ele é super importante. E um dia, mesmo que isso demore milênios, vocês se conhecerão tanto que realmente descobrirão sua natureza divina. Nesse dia, as cortinas da ilusão se abrirão e você verá
o universo à sua frente. Não existirá mais Orun* nem Ayê*. Nem eu nem você. Apenas Ele… Pai e Mãe Olorum dentro de nós mesmos!

Um Grande abraço


Pai Antônio de Aruanda e Fernando Sepé, escrito por duas mentes em um só coração


Notas do texto:

Olorum: O Nome de Deus para os negros “nagôs” de língua Yorubá. Olo – Senhor; Orun – céu; Olorum – Senhor do Céu. Dentro dessa cultura pode ser chamado também de Olodumaré – Senhor Supremo do Destino.
Oxalá: Principal divindade do panteão nagô – yorubá. O co – criador. Oxalá vem de Orixalá – O Orixá que usa branco. É a divindade da paz, da iluminação e da espiritualidade verdadeira. Na cosmogonia yorubá ele cria os homens e mulheres do barro, em sua fôrma divina. Mas a vida quem lhes dá é Olorum, com seu sopro vital. Oxalá é a força que se manifestava no mestre Jesus e ficou conhecida como Força Crística. Por isso na Umbanda adotamos o sincretismo de Oxalá com Jesus.
Preto – velho: Forma plasmada de espíritos que normalmente atuam ligados a egrégoras de Umbanda. Utilizam essa forma como meio de homenagem aos antigos negros dessa terra, que aqui aportaram e trouxeram o culto aos Orixás. Além disso, essa forma plasmada simbólica é chave de acesso a egrégora/falange que o preto – velho pertence. Nem todos foram escravos ou negros em suas últimas encarnações.
Orun e Ayê: Na cosmogonia yorubá divide – se o mundo em Orun – céu, lugar onde reside os Orixás, plano espiritual e Ayê – o mundo material.
Esclarecimento: Quando digo: “escrito por duas mentes em um só coração”, quero dizer que estamos em sintonia (“um só coração”) mas também participo da criação do texto (“duas mentes”). Em um processo anímico – mediúnico vou recebendo as idéias em blocos que o amparador joga na minha mente e vou colocando – as, com minhas palavras, no papel. Também sugiro mentalmente algum tipo de tema e juntos escrevemos a respeito. Diferente da psicografia totalmente mediúnica onde o espírito vai passando rapidamente a informação e eu vou escrevendo sem interferência (ou a menor possível). Os dois tipos de processo são importantes para o desenvolvimento do médium e de suas próprias capacidades. Os dois processos são psicografias,
mas em um eu participo (esse texto) e no outro não.
Pai Antônio de Aruanda e Fernando Sepé (recebida por e-mail, origem http://povodearuanda.wordpress.com/)