MITOS E MITOLOGIA
MITOLOGIA EGÍPCIA
SERÁPIS
No fim do Novo Império, entra em decadência a grandeza do Egipto. Esmaecem os cultos, desagregam-se os costumes em contato com os estrangeiros. Durante a XXVI dinastia, por algum tempo, alguns faraós restabeleceram a unidade política; foi um período de renascimento nas artes e na religião; grupos de sacerdotes tentaram restaurar as primitivas instituições. Mas o nível das idéias baixara consideravelmente, e o ardor primitivo da alma egípcia decaiu para a zoolatria.
Nos tempos dos Ptolomeus precipita-se a decadência, ainda que exteriormente o culto brilhasse com inusitado vigor. Nos centros cosmopolitas, em Alexandria principalmente, as pessoas cultas se desprendiam insensivelmente das antigas crenças, ou então pretendiam modernizá-las, dando-lhes cunho helenístico. Os gregos, então, representavam a ciência, a filosofia, a civilização mais requintada. Os deuses do Olimpo participam do panteão egípcio. Zeus-Amon domina.
Em Alexandria Osíris cede o lugar a Serápis, cuja origem ainda não se logrou explicar. Segundo tradição duvidosa, teria sido trazido por Ptolomeu lI, em virtude dum sonho; o novo deus foi ricamente instalado num templo e logo se tornou o favorito dos alexandrinos. Deus híbrido, parece que o nome deriva de um anagrama de Osíris e Apis.
Mas a religião egípcia deveria sucumbir somente sob o impacto tremendo do Cristianismo; até a aurora do IV século, em alguns recantos distantes do Egipto, certas divindades particularmente populares serão ainda objecto do culto tradicional. Faraós e a mãe de seus filhos, eram, ao mesmo tempo, as "Esposas do Deus Amon". Mas, nos períodos posteriores, a partir do tempo dos Reis-Sacerdotes, uso de origem incerta queria que uma filha do faraó fosse especialmente consagrada como "Esposa do Deus", e que esta Adoradora permanecesse virgem. Essa tardia instituição de teogamia à moda babilónica, permaneceu largo tempo desconhecida, a despeito do testemunho de Heródoto. Casada ao deus Amon, a Adoradora rendia-lhe um culto de discreto erotismo, encantava o deus com a sua beleza e com a música do sistro; assentava-se em seus joelhos e passava-lhe os braços ao redor do pescoço. Dispunha de moradia particular, dotada de terras e serviçais, e possuía todos os atributos formais do faraó; mas seu poder era mais espiritual que político. Normalmente, como filho, tinha uma princesa, que ela adoptava. Junto dela havia um harém de concubinas de Amon, formado de virgens como ela e mães adoptivas de sua substituta.
AF-RE. - Nome da forma de deus que Ré-Osíris assumiu durante a sua jornada através das regiões dos Infernos chamadas Tuat.
Igualmente dava-se tal nome ao monstruoso COI-pO da serpente chamada Anc-Neteru, de onde ele emergirá como Quépera (ou Quéfera).
AFTAS - Nome de uma divindade que foi identificada ao Hefestos grego (Vulcano em latim). ALOGOS -Sobrenome que os egípcios davam a Tífon (ou Tifão), como representando as paixões inimigas da razão.
AMEN -O mesmo que Amon.
AMENT -Mulher companheira de Amon (ou Amen), anterior a Mut, a esposa de Amen-Ré na origem da tríade de Tebas; ambas eram chamadas as "Senhoras dos Deuses". Ament algumas vezes era representada com cabeça de carneiro.
AMIT -Monstruoso crocodilo híbrido que devorou os corações que depois faltaram para equilibrar os pratos da balança no julgamento de Osíris.
AMON -"O Deus dos Deuses" ou "O Rei dos Deuses" faz a sua aparição solene no começo do Império Médio; aparece na região tebana. De onde veio? Não se sabe com certeza. Alguns sábios egiptólogos, constatando que um dos deuses da ogdoade hermopolitana tinha o nome de Amon ("O Deus Escondido"), concluíram que esse obscuro génio da velha cidade teológica tinha sido emprestado pelos tebanos para servir de núcleo a uma nova família divina. E. mais provável, porém, que Amon, na época, fosse apenas um obscuro deus local da Tebaida, implantado em Carnaque há muito tempo. E. verdade que a sua teologia, que nele vê um deus do ar, ou ainda um deus da fecundidade, se constituiu de empréstimos feitos às grandes doutrinas de Heliópolis, de Hermópolis e de Mênfis, às vezes de cultos menos célebres, como o de Min de Copto.
Representavam Amon como um ser humano, às vezes dotado de cabeça de carneiro; Mut, deusa local de um burgo vizinho a Carnaque, e Consu (ou Conso), deus lunar, tornaram-se, respectivamente, sua esposa e seu filho.
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