quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ai Uééééééé



Ai uéééé! Mãe preta desesperava,
 Ajoelhada sobre a campa fria
 Onde algum ente querido jazia…
 Ai uééé, ai uééé! Ela gritava…


 Ai uééé… aquela explosão de dores,
 Nesse som musical tão magoado
 Até me fez lembrar a voz dum fado
 A cantar chorando os seus amores.


 Aquele ai ué de lágrimas na voz
 Deixou-me dúvidas de choro ou canto
 Mas a certeza de que era pranto.


 Ah! Aquele grito de dor atroz,
 Naquele som profano tão chorado
Era a expressão mais pura do sagrado!

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