VAMOS RESPEITAR O PÃO
Cândido
Para colher o pão, o pão que comes,
Alguém trata da terra com amor
Rega a seara com o seu suor
Enquanto tu descansas e até dormes.
E as pintas vermelhas que tu vês
Entre a ceara a ondular ao vento,
Como oceano de oiro em movimento,
São papoilas de sangue camponês.
Sob o tórrido sol do mês de Junho,
Morenas, curvadas, de foice em punho
Vão as ceifeiras soluçar seus ais.
Restos de pão, deixado nas lixeiras,
Poderão ser lágrimas das ceifeiras
Ou átomos dos teus próprios pais!
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