quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Ferroada Da Formiga


A Ferroada Da Formiga

Havia formigas num carreiro
Entre a velha colmeia 
E o formigueiro.
Corriam apressadas
Num frenético vai vem
Indiferentes a alguém
Que as observava.

Então veio-me à ideia
Medir o tempo
Que uma formiga leva
Entre o formigueiro e a colmeia.
Sentei-me num velho tronco
A ver aquele frenesim…
Com um pequeno pincel
E uma pinta de tinta resolvi
Marcar uma formiga obreira
Para ver o tempo que ela 
Demora a ir buscar o mel
E regressar à minha beira.
Esperei… E nunca mais notei
A presença 
Da formiga que pintei. 

Então senti uma ferroada da formiga
No meu apêndice
Ao fundo da barriga.
Baixei minha calça e… Ó minha gente!
Lá estava a formiga cinzenta
Cravando o seu dente
Na minha ferramenta.
Passou-me na lembrança
Que o bichinho apenas usou
O seu direito de vingança.
Seria vingança… Ou talvez fosse 
Por que, mais que o mel da colmeia,
Me achou mais doce!

Pedi à namorada para provar
E ela mandou-me passear.

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