Os negros escravos, desde a senzala, tiveram na religião o espaço da resistência. Até mesmo em pleno vigor do regime escravocrata, um modelo de culto foi-se delineando, a partir de núcleos religiosos formados por negros libertos, de origem nagô. Com o tempo, esse modelo foi-se definindo, até tornar-se hegemônico e o culto aos orixás espalhou-se pelo Brasil.
Além da etnia nagô, grupos de outras origens se firmaram. Os nagôs, também chamados iorubas, no entanto, resistiram às diversas influências externas. Os usos e costumes preservados nos terreiros revelam a herança africana, que faz parte de um conjunto de traços de identidade do povo-de-santo nos candomblés do Brasil.
Os orixá, divindades africanas a quem se dirige o culto, também são tomados como arquétipos da personalidade humana, servindo de base para processos terapêuticos, entre os fiéis, adeptos e simpatizantes do candomblé, nos quartos de consulta e nos rituais de iniciação.