quarta-feira, 15 de junho de 2011

Astrocaracterologia

A Astrocaracterologia é uma técnica desenvolvida pelo Filósofo Olávo de Carvalho, em 1989, num primeiro intuito de silenciar a grande discussão em torno do debate astrológico e fazer da Astrologia uma ciência válida enquanto fenómeno (já que nem tudo que não pode ser explicado, deixa obrigatoriamente de manifestar-se), bem como eliminar especulações dentre os próprios profissionais da área.

Nasce assim uma teoria Astrológica de fundamento cognitivo. Em plena Idade Média os planetas astrológicos já eram associados às faculdades cognitivas, tal como podemos depreender da obra do filósofo árabe Mohieddin Ibn’ Arabi e dos estudos que Alberto Magno desenvolveu sobre o funcionamento da alma, ambos realizados no século XIII. Aliás, foi partindo destas premissas e da noção de carácter definida por Klages como direcção da atenção (1940), que se construiu uma teoria da Astrocaracterologia.

Tal investigação só seria possível dentro de uma correlação entre fenómeno celeste e evento terrestre e o campo circunscrito para tal investigação foi o da caracterologia humana. Dentro desta técnica não estão incluídos os contextos: hereditário, familiar, social, cultural e de conhecimentos particulares da personalidade analisada. Pois a marca advinda do nascimento mostra-nos as direcções e motivações de atenção daquela personalidade, sendo que os itens acima referidos e abstraídos da leitura são o contexto onde tais motivações e direcções vão actuar. Isso explica a razão porque duas pessoas nascidas exactamente no mesmo local e hora vão desenvolver personalidades distintas, pois os conteúdos que não estão no mapa serão a priori diferentes.

A quem se destina esta Técnica?

Como auto conhecimento, esta técnica possibilita fazer um distanciamento dessa estrutura que se forma em nós de maneira automática e, portanto, na maior parte, inconsciente. É evidente que a leitura aborda em separado cada cognição, no entanto, na vida real do indivíduo, essas funções não se dão de forma isolada, mas numa dinâmica viva entre si. Ao pontuarmos cada função em separado, podemos criar a possibilidade de sermos menos reactivos, pelo menos naquelas partes no mapa em que somos mais susceptíveis ou menos reflexivos, em áreas que estaríamos mais confortáveis se não tivéssemos essa hiper reflexão cortando a experiência vivencial.

Aceitando o facto de que cada ser humano tem um foco pelo qual apreende um mundo comum a todos e que cada um parte desse foco que pode ser diametralmente oposto ao nosso, significando que não estamos sendo propriamente perseguidos, mas cada um usando de seu aparato cognitivo.

Aos Pais

Para pais que queiram não somente conhecer as direcções e motivações de atenção dos seus filhos e apoiá-los nos sectores das mesmas, mas também desenvolvê-los para melhor ampliarem tais aspectos. Lembrando sempre que os pais devem antes de mais conhecer-se dentro da própria caracterologia, de forma a não incorrerem numa projecção das próprias necessidades cognitivas sobre os seus filhos.

A Terapeutas, como suporte

Esta técnica dá suporte a terapeutas em todas as áreas humanas, não excluindo o aporte dos mesmos, servindo de canal importante: no estabelecimento de diagnósticos psicológicos; molas alavancadoras (como, por exemplo, chamar a reactividade em casos de apatia ou mesmo frente a questões problematizadas que paralisam a nível racional e, em consequência, a parte vivencial da pessoa em questão); e, talvez o mais importante, circunscrevendo os limites da visão do próprio terapeuta (enquanto carácter psicológico com as suas direcções e motivações particulares) das dos seus pacientes, ou seja, o terapeuta actua na sua prática sanadora com todo o seu arsenal cognitivo particular, mas sob a perspectiva da necessidade existencial da pessoa que procura o seu apoio.

por Claudete Ducati
clauducati@yahoo.es

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