quarta-feira, 15 de junho de 2011

Segredo na Arte


“Que isso seja uma ordem, que ninguém possa falar de ninguém da Wicca, nem da Arte, ou dar nomes, ou aonde eles moram, ou de qualquer modo falar nada que possa trair qualquer um de nós. Nem possa dizem onde o Coven está,  ou onde os encontros acontecem.”
Ardanes 31-34,  como dadas no Grimoire de Lady Sheba.

Talvez você soubesse disso a vida toda, que nós temos um nome. Talvez as árvores falassem com você na infância, como elas falavam comigo. Provavelmente você pensasse que era o único. Você pode até ter achado que estava maluco, e seus pais e professores podem ter achado isso também.  Então, um dia, você de algum modo descobriu que centenas e milhares de nós tem sentimentos e experiências parecidos – o momento de voltar ao lar, que nós chamamos de descoberta da comunidade. Porque nós sabemos da vontade individual, a comunidade é preciosa para nós.

Mesmo depois disso, você pode ter gasto um tempo longo procurando o professor certo, o grupo certo, e então mais tempo trabalhando e estudando para preparar a iniciação. Finalmente, eles dizem, você está pronto.  Tudo que era necessário, você fez. Num solene e belo ritual, agora você toma seus votos – Bruxo e Sacerdote/Isa.  A iniciação pode ter tocado você como a conclusão de um longo processo, mas a palavra significa certamente “início”. De agora em diante, você tem como calcular o que a Bruxaria é e o que significa viver como um Bruxo.

Votos de Segredo
Nossas muitas Tradições diferem em suas exigências. O conteúdo preciso dos nossos votos iniciatórios são, para muitos de nós, um segredo iniciatório em si mesmos. Ainda é comum saber que quase todos os votos dos próprios bruxos tem alguma forma de segredo. Absoluta discrição é a nossa idéia universal íntima.

Mesmo os mais chatos ateístas compreendem que uma quebra de juramentos destrói a auto-estima.  Isso também, certamente, nos afastará da verdade e do respeito daqueles que mantém seus juramentos, e dessa forma, quebradores de juramentos se excluem da comunidade. E para aqueles de nós que estimamos nossa relação com os Deuses, as conseqüências vão muito além disso. Se nós sabemos o que é bom para nós, manteremos a fé o melhor que podemos.

Manteremos silencio mesmo sob tortura, certo ?  Este é o ponto: ninguém sabe. No Tempo das Fogueiras,  era fácil saber o que se devia fazer, desesperadamente difícil de fazer isso. E ainda, em alguns lugares do mundo,  existem batidas na porta na calada da noite. O que se pode saber é como eles esperam que se conduzirão naquele tempo. Ninguém sabe como eles agirão em casos extremos, e  o sábio reza para nunca ter que descobrir.  Realisticamente, e reconhecidamente, para nós no mundo de língua inglesa é mais improvável encarar esse tipo de horror.

Nosso desafio, ao invés, é discernir o que devemos fazer. Ao invés da força bruta, muitos de nós se confrontarão com ambigüidade e confusão,  um caminho cinza e nebuloso com poucos pontos de referência. Outros necessitam e valores podem entrar em conflito com nossa tradição de silêncio.  Saiba: enquanto você está sentado lendo este ensaio, algum Bruxo, em algum lugar,  está se debatendo com uma decisão difícil sobre se, quem, e quanto falar. Imagine o que  sentiria ?  Essa é a crise que você provavelmente vai encarar algum dia.

Então todos esses juramentos que nós fazemos são só hipocrisia ?  Nós devemos policiar isso e parar a prática – só confiando em nossos melhores instintos de bruxos para nos guiar através das complexidades ?

Ao menos um dos meus estudantes vê isso dessa forma. Ele avalia que seus próprios estudantes conhecem o certo e o errado. Durante o treinamento deles, ele está certo de que eles tem plena oportunidade de pensar satisfatoriamente e falar das controvérsias que eles provavelmente encontrarão, e assim podem estar mentalmente e emocionalmente preparados.        


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